Primeiro, deixe-me dizer que sou uma defensora total da revolução do amor-próprio que está acontecendo atualmente. Você pode me chamar de ET se quiser, mas até eu publicar “A Arte de Redefinir-se”, eu não sabia que o conceito já estava sendo espalhado como “body positivity” (tradução livre: positividade do corpo) e “body neutrality” (tradução livre: neutralidade do corpo). Veja bem, cerca de um ano atrás, quando tive a ideia para o meu projeto, eu fiz uma pesquisa e não encontrei nada realmente ressoando com as mudanças que eu estava passando. Então, decidi escrever as minhas próprias motivações a fim de empoderar os outros, mas também ME empoderar. Eu precisava de um lugar onde eu poderia ir e ser lembrada que tudo iria ficar bem. Isso levou muito tempo; Eu tinha uma ideia do que eu queria criar, mas apenas no início desse ano tive uma visão clara e pude começar a trabalhar nela.
Celebrar diversos tipos de corpos, cabelos e peles, identidades raciais e de gênero e diferentes origens culturais é certamente uma coisa ótima, que está nos levando a ter uma definição mais inclusiva e empoderadora de beleza. O problema é quando um conceito significativo como este se transforma em uma retórica esnobe e insignificante. Quando o “Ame-se incondicionalmente, com respeito e ternura” torna-se apenas um “Ame o seu corpo”. É o movimento não-maquiagem da Alicia Keys todo de novo…
Primeiramente, pára de pensar apenas sobre o seu corpo e foca em coisas mais importantes. Não é realista esperar que você vai amar o seu corpo e você mesmo como um indivíduo o tempo todo, especialmente quando o seu corpo tem algum tipo de condição e falha com você de alguma forma, ou faz você se tornar alvo de bullying e comparações. Hoje em dia, o manifesto para venerar a pele que você habita à todo custo é quase tão intolerante quanto o que força você a mudar para se encaixar em padrões de beleza. Parece que as ideias sendo vendidas estão apenas sendo substituídas. É bom sentir menos vergonha por ter uma falha, mas agora de repente você deve se sentir culpada por querer mudar.
Nada de errado em sentir-se ótima consigo mesmo, mas não confunda amor-próprio com auto-estima. Às vezes, a busca de auto-estima elevada faz você se sentir superior e mais especial do que os outros, porque pede uma comparação de você — que é única — com outro único indivíduo, mesmo que temporariamente. E essa não é a abordagem certa. Amar a si próprio não deveria vir de comparações ou fazer os outros menores do que você. Deveria apenas vir de dentro; De realmente ver, aceitar e respeitar quem você é e se quiser mudar alguma coisa, o faça, mas não fique obcecada no processo. Meu exemplo pessoal é que vou continuar fazendo as coisas para me sentir mais saudável e forte, é necessário e importante para eu me sentir mais independente. Mas ao invés de esperar para ser feliz apenas quando eu chegar ao meu destino final, eu estou desfrutando do passeio e conquistando o meu caminho no decorrer dele.
Não se trata de amar o seu corpo, se trata de amar a si mesmo. Trata-se de olhar para si no espelho com tolerância e respeito, como um indivíduo que é digno de amor e cuidado, não importa as falhas. Às vezes você vai se sentir bonita e às vezes não, e que é perfeitamente normal! É humano, de fato.
A verdadeira neutralidade que buscamos virá apenas da diversidade e inclusão, vendo, aceitando e respeitando pessoas de todas as formas, tamanhos, cores e estilos no local de trabalho, na indústria da moda e da beleza, nas escolas, em seu bairro e em toda parte.
Seja gentil com os outros e especialmente com você mesma.
Com amor, Lina
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