A Arte de Redefinir Comida

Em junho de 2017, eu tive uma epifania.

Foi dolorosamente provocada, mas este parece ser um tema na minha vida. E NAH, eu não estou sendo dramática ou posando como vítima, estou apenas afirmando fatos.

Esta epifania em particular, aconteceu depois de eu passar cerca de uma semana com dor de uma inflamação no meu joelho direito, causada por um pedaço liberado de calcinose. Foi difícil. Eu não sentia dor daquela maneira fazia um bom tempo. E eu estou acostumada a sentir dor. Como alguém que tem calcinoses advindas da minha condição com polimiosite, eu conheço desconforto diário. Mas neste caso, foi muito além do meu limite. Mais uma vez, não estou sendo dramática, apenas afirmando fatos.

Eu não tinha muitas opções para tratar o meu joelho, a não ser esperar, pelo menos é o que os meus médicos anteriores sempre disseram. Eu estava tomando medicação para dor (o que eu quase não faço, a menos que seja uma situação extrema) e as coisas não estavam melhorando. Quando eu tive estes episódios no passado, eu ficava com dores fortes por 2,3 dias até o meu corpo lidar com a inflamação sozinho, mas o remédio levava embora a maior parte da dor. Definitivamente não foi o caso desta vez.

Eu estava com medo e perdida. Eu não sabia o que fazer. Este foi um dos momentos em que eu chorei por ajuda nas minhas orações. É importante notar que isso aconteceu antes de eu ser guiada até os elos perdidos dos meus primeiros ensinamentos espirituais, como falei neste post. Dito isto, eu não sabia ao certo o que eu estava fazendo. Eu só sabia que não podia fazer isso sozinha e nem por onde começar.

Este foi o segundo maior momento de Entrega Espiritual que eu tive, mesmo que eu não soubesse disso naquela época. O primeiro foi quando eu disse: “F***-se, eu vou ser feliz!” e A Arte de Redefinir-se nasceu.

O interessante é que enquanto eu parei de dar tanta energia para andar novamente e deixar a vida passar na frente dos meus olhos no processo, eu comecei a descobrir e desvendar camadas de mim mesma que automaticamente me trouxeram de volta a pensar em Bem-Estar e Saúde. Eu só não agi nisso como um todo. Agi no espectro de beleza verde e moda consciente + inclusiva, mas não agi na comida. Eu anulei o pensamento de voltar à velha história de ser saudável.

E em junho, o meu joelho me deu um comunicado não sutil de que meu corpo não concordava com a minha decisão.

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O que eu não percebi naquela época, mas percebo agora, é que eu não preciso estar andando para ser saudável. Claro, eu adoraria andar, correr e dançar de novo, porém no momento posso tentar o meu melhor com o que eu tenho disponível. Eu queria comer melhor porque eu queria me sentir e fazer melhor. E é isso que eu tenho feito no último ano.

O Universo ouviu e trouxe ajuda na forma de Gerda, a avó do meu marido, que tem 86 anos e é uma típica vovó bruxinha. Cheia de receitas caseiras e conhecimento antigo. E ela estava tão feliz por me ajudar com tinturas caseiras, chás e receitas nutritivas. Foi assim que eu comecei.

No dia da minha epifania, a primeira coisa que eu fiz foi escrever para o meu pai contando as novidades. Toda a minha vidinha ele quis que eu comesse legumes e frutas e deixasse os doces. Mas eu era tão rebelde! Eu odiava legumes (só gostava de brócolis) e eu argumentaria até a morte se alguém me obrigasse a parar de comer os meus doces. No entanto, lá estava eu seguindo o conselho do meu pai de bom grado e eu estava feliz em fazê-lo.

Só que primeiro, eu precisava matar a inflamação. E Oma Gerda fez isso com a tintura caseira dela. Desde aquele dia, eu bebo 2 colheres da tintura com o meu último chá do dia e não sei o que é uma dor de inflamação em mais de um ano! Finalmente eu entendi que o nosso corpo é uma máquina perfeita que pode se autoregular e se curar, mas precisamos alimentá-lo com as coisas certas. Caso contrário, ele quebra.

Eu estava DENTRO! Comecei a pesquisar mais e mais sobre alimentação, nutrição, óleos essenciais para a saúde (não apenas beleza) e estava implementando da melhor maneira que pude. Eu estava passando por uma reeducação alimentar completa até ficar presa e sobrecarregada com tantas informações conflitantes. Eu li muitas coisas, mas algumas delas não faziam eu me sentir certa — durante este tempo eu já estava no meu aprendizado espiritual, então eu sabia que era um sinal de intuição. Esta é uma das razões pelas quais eu nunca escrevi algo no blog até este ponto.

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Há uma responsabilidade enorme e pesada com o compartilhamento de informações, ainda mais sobre alimentos. Vivemos em um mundo onde a indústria por trás da alimentação e da saúde não quer que sejamos saudáveis, pelo contrário. E eles deslegitimitam todos e tudo que vêm com descobertas diferentes. Eles querem nos manter ignorantes porque dessa forma eles podem nos controlar.

Embora eu pudesse escrever sobre estas questões aqui, decidi que não vou. No entanto, se tu és parte da LL Collective, receberás recursos no dia 15 de Julho para ler sobre isso. Eu te encorajo, porque aqui está uma lista de algumas coisas que descobri:

  • Nós não somos o que comemos. Nós somos o que a nossa comida come.
  • E o que a nossa comida come afeta diretamente a nossa saúde e a do nosso planeta.
  • A causa número 1 do aquecimento global e desmatamento é a indústria de agronegócio.
  • Nossas escolhas alimentares estão matando nós mesmos e o nosso planeta.
  • MAS não te desespera, a boa notícia é que temos em nossas mãos (ou melhor ainda, em nossos garfos) o poder de curar e regenerar (sim, tu lestes corretamente) os nossos corpos e esta grande bola azul que chamamos de nossa casa.

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A primeira é o que me fez mudar completamente a maneira como eu estava comendo no mês passado — engraçado o suficiente, um ano depois da minha primeira epifania de comida. No primeiro ano, eu introduzi principalmente coisas mais saudáveis na minha dieta. Este ano, estou cortando e substituindo a porcaria. Eu sou muito privilegiada de morar em uma cidadezinha na Alemanha onde este processo tem sido mais tranquilo do que eu imaginava.

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Outra razão pela qual eu estava tão relutante um ano atrás em compartilhar a minha Jornada em Redefinir Comida foi que, a maioria dos lugares onde tu lê artigos sobre dieta e alimentação saudável é porque Terráqueas querem perder peso. E eu não quero ter parte nisso. Assim como eu acredito que não preciso ser uma Caminhante para ser saudável, eu não acredito que tu precisas ser magra para ser saudável. Infelizmente, naquela época eu estava com medo de ser mal interpretada porque eu achava que comer era uma escolha particular que só me afetava. Agora eu sei melhor. Afeta toda a Terra.

Tu podes fazer a tua parte quando estás comprando orgânicos, bebendo suco verde, não comprando alimentos processados, comendo carne de pasto apenas ocasionalmente, cortando açúcar refinado, reciclando o lixo, comprando menos embalagens em plástico, menos roupas e tantas outras coisas, mas se eu e o resto do mundo não fizermos a nossa parte, o que tu podes fazer por ti é limitado. Porque os oceanos estarão sendo contaminados junto com o ar e nosso solo e adivinha? A doença vai chegar até ti mais cedo ou mais tarde.

O que eu posso — e vou — fazer por ti aqui no Minha Cuisine é te levar comigo na minha Jornada em curar a minha relação com comida e alguns dados científicos sobre como a comida afeta a nossa saúde. No entanto, como mencionei antes, os efeitos ambientais das nossas escolhas alimentares serão transmitidos por email para a LL Collective. Podes te tornar um membro AQUI, é grátis.

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A primeira coisa que o meu pai disse quando eu falei pra ele que “eu seria uma nova mulher” (uma piada interna que temos porque é o que minha mãe dizia todas as segundas-feiras antes de começar uma nova dieta) foi:

“Agora tu vai melhorar, minhoca.”

E sim, papito, agora eu vou. Vou ficar melhor e fazer melhor também.

Uma das maiores razões pelas quais eu decidi fazer uma mudança tão radical no mês passado na minha alimentação foi para, na verdade, abastecer o meu corpo com energia para continuar fazendo o que eu amo fazer: criar conteúdo para este blog. Acontece que essa ação inspirada foi outro momento de redefinição para mim.

Eu precisava daquele tempo no passado para não pensar na saúde do meu corpo físico. Eu precisava me curar daquela obsessão que estava lentamente prejudicando a minha mente. E agora, eu sinto que posso reiniciar a minha jornada. Não com voltar a caminhar como o meu resultado final, mas com uma saúde geral para o meu corpo, mente e espírito. Eu descobri que só posso servir aos outros (TU) com a melhor das minhas habilidades se eu cuidar de mim também. Não é autocuidado egocêntrico, é autocuidado de preservação. E a comida é uma parte disso.

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Mais uma vez, o meu blog está me salvando de mim mesma. E a minha intenção para ti é que eu possa te inspirar fazendo, escrevendo e compartilhando o que me inspira.

Com todo o meu amor,

Lina

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2 Comments Add yours

  1. periclesemr says:

    Adorei seux texto e sua resiliência! Obrigado por compartilhar experiências motivadoras! =)

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    1. Lina Levien says:

      Que palavras lindas! Muito obrigada ❤

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